O clima é dinâmico e as mudanças nos dados ao longo do tempo refletem essa realidade. Prova disso é o novo Atlas Pluviométrico da Paraíba, lançado pela AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba) neste mês. Segundo o estudo, que reúne dados de 1994 a 2023, o município de Algodão de Jandaíra passou a ocupar o posto de localidade menos chuvosa da Paraíba, com uma média anual de 352,7 mm de precipitação.
Essa nova configuração rompe um antigo paradigma. Cabaceiras, conhecida nacionalmente como “a cidade que menos chove no Brasil”, perdeu esse posto no levantamento mais recente. A atualização foi possível graças ao banco de dados mais completo já produzido pela AESA, reunindo quase três décadas de medições.
O levantamento mostra ainda que os dez municípios com menores índices pluviométricos estão concentrados principalmente nas regiões do Curimataú e Seridó paraibano, áreas marcadas historicamente pela forte presença do clima semiárido e pelos desafios relacionados à escassez hídrica.
Além do fator surpresa, o estudo acende um alerta sobre as mudanças nos padrões de chuva nas últimas décadas. Elementos como a variabilidade climática, eventos extremos, desmatamento e alterações no uso do solo estão entre os principais responsáveis por essas transformações, especialmente quando se analisam as normais climatológicas — ciclos de 30 anos de dados consolidados.
🔍 Por que esse dado importa?
O levantamento reforça a necessidade urgente de políticas públicas eficazes, voltadas para a convivência com o semiárido, gestão de recursos hídricos e planejamento sustentável na agricultura. O papel da ciência, do monitoramento climático e da gestão inteligente se torna cada vez mais fundamental em um cenário de mudanças climáticas visíveis e impactos crescentes na vida da população.
Da Redação, por Geografia da Paraíba